Uma jornada cíclica sob a ótica computacional e suas anomalias cotidianas

Há alguns anos, acredito que nossa história é baseada em um punhado finito de fatos, que a cada ciclo se repetem ajustados ao tempo atual, mas com a mesma estrutura. Estes ciclos ficam cada vez menores, pois nosso inconsciente de alguma forma já aprendeu o que vai acontecer e passa pela jornada de forma mais rápida.

Dito isso, enxergo a história como uma espiral que tem cada segmento com o mesmo comprimento, porém ele se completa em um tempo cada vez menor. Estou quase convencido que isso serve para tudo em nossa vida e de certa forma isso me conforta.

Acho que atualmente estamos vivendo uma anomalia do tempo, uma espécie de colapso universal. Um seguimento encarapinhado em um cabelo cacheado.

Podemos traçar um comparativo da vida como se fosse um sistema operacional: você passa anos instalando novos programas, novos conhecimentos e de repente você precisa dar um reset, pois a coisa toda vai ficando muito pesada. Enfim o sistema volta, mais leve, mais ágil, mas algumas vezes algo dá errado e você precisa desinstalar alguma outra coisa para tudo voltar a funcionar harmonicamente.

Tente aplicar esta ótica em algumas jornadas de sua vida, com alguns ajustes, ela sempre se encaixa. O simples fato desta lógica computacional fazer sentido pra mim já é uma constatação de que tudo segue uma ordem universal única.

Me parece que a pandemia causada pelo novo coronavírus foi um motivo e tanto para darmos um reset em nossa velha vida. Como se um programa instalado em alguns países estivesse atrapalhando o funcionamento das coisas e, por conta disso, vamos precisar rever todo o sistema para tentar retomar a harmonia.

O fato é que mesmo desinstalando alguns programas, eles sempre deixam rastros e talvez seja esse o aprendizado mais do que necessário que o planeta nos impõe a essa altura: nem mesmo a tecnologia será capaz de resetar todos os erros da nossa estadia sobre a Terra. Precisaremos conviver com eles e aceitar que nós, seres humanos, não podemos formatar o mundo.

Quem sabe alguém possa?

por
Nagib Nassif Filho
CEO, Founder